Rujm el-Hiri, o antigo e misterioso monumento localizado nas Colinas de Golã, é um dos maiores enigmas arqueológicos do Oriente Médio.
Rujm el-Hiri, o antigo e misterioso monumento localizado nas Colinas de Golã, é um dos maiores enigmas arqueológicos do Oriente Médio. Conhecido por suas estruturas de pedra circulares e complexidade arquitetônica, o local sempre intrigou cientistas e estudiosos. Contudo, uma pesquisa recente está desafiando noções anteriores sobre seu propósito e origem, levantando questões ainda mais profundas sobre quem construiu o local e por quê.
Rujm el-Hiri, também chamado de "Gilgal Refaim" ou "Círculo dos Gigantes", é uma estrutura megalítica composta por mais de 42 mil toneladas de rochas de basalto. Localizado nas Colinas de Golã, próximo à fronteira entre Israel e Síria, o local é formado por círculos concéntricos de pedra, com uma câmara central que se acredita ter sido usada como tumba ou para propósitos cerimoniais.
Datado do Período Calcolítico, cerca de 3.000 a.C., o monumento foi descoberto na década de 1960 e rapidamente se tornou um tema de fascínio arqueológico. As teorias sobre sua função variam amplamente, desde um local para rituais astrológicos até uma fortaleza ou cemitério.
De acordo com a pesquisa divulgada pelo The Jerusalem Post, uma equipe de arqueólogos liderada pelo Dr. Uri Berger e pela Dra. Ilana Gonen, do Departamento de Antiguidades de Israel, sugere que Rujm el-Hiri pode não ter sido apenas um local cerimonial. Eles argumentam que o monumento servia também a propósitos sociais, funcionais e políticos.
Essas descobertas desafiam a ideia de que Rujm el-Hiri era apenas um "cemitério ancestral". Em vez disso, o local pode ter sido um centro multifuncional para a comunidade que o construiu.
O nome "Gilgal Refaim", traduzido como "Círculo dos Gigantes", está diretamente ligado aos textos bíblicos que mencionam os Refaim, descritos como um povo de homens altos e poderosos que habitavam Canaã. A Bíblia relata figuras como Ogue, rei de Basán, que teria possuído uma cama de ferro de aproximadamente 4 metros de comprimento (Deuteronômio 3:11), sugerindo uma estatura extraordinária.
Essa ligação bíblica é significativa para muitos estudiosos que argumentam que estruturas como Rujm el-Hiri poderiam ter sido obra de povos com habilidades e físico acima do normal. Esses "gigantes" podem ter sido responsáveis por erguer monumentos megalíticos, cujas técnicas de construção ainda desafiam a compreensão moderna.
Ao considerar o contexto bíblico, Rujm el-Hiri não é apenas um monumento arqueológico, mas também uma janela para um passado que mistura história, mitologia e fé.
Durante o Período Calcolítico, a região das Colinas de Golã era habitada por comunidades que estavam transicionando de um estilo de vida nômade para uma existência mais sedentária. Isso levou ao desenvolvimento de técnicas agrícolas, comercio e, possivelmente, organizações sociais mais complexas, necessárias para construir monumentos como Rujm el-Hiri.
Rujm el-Hiri tem semelhanças arquitetônicas com outros locais megalíticos ao redor do mundo, como Stonehenge na Inglaterra e o Círculo de Nabta Playa no Egito. Essas estruturas também apresentam alinhamentos astronômicos e foram utilizadas para propósitos cerimoniais.
Apesar dos avanços na pesquisa, muitas questões permanecem sem resposta. Quem realmente construiu Rujm el-Hiri? Qual era a hierarquia social ou organização necessária para criar algo tão monumental? E por que foi abandonado?
Uma das hipóteses mais intrigantes é que o local pode ter servido como um centro de "observação do tempo", permitindo que seus construtores previssem mudanças climáticas e adaptassem suas práticas agrícolas.
Rujm el-Hiri continua sendo um símbolo de como os avanços tecnológicos modernos podem nos ajudar a entender o passado. Tecnologias como radares de penetração no solo e análises por espectrometria estão sendo empregadas para mapear as áreas subterrâneas e determinar a composição exata das rochas usadas na construção.
Além disso, o local é um ponto de conexão cultural, atraindo turistas, estudiosos e entusiastas de história. Ele também é uma lembrança do impacto das comunidades antigas na paisagem moderna.
O mistério de Rujm el-Hiri está longe de ser resolvido, mas cada nova descoberta nos aproxima um pouco mais de desvendar os segredos desse monumento impressionante. A menção dos "Gigantes de Golã" na Bíblia fornece um contexto rico e intrigante que conecta fé, arqueologia e história. O local continua a inspirar fascínio e curiosidade.
Rujm el-Hiri não é apenas um monumento; é um lembrete tangível da capacidade humana de criar, conectar-se e buscar respostas para as perguntas mais profundas da existência. A cada passo dado na exploração desse local, aprendemos não apenas sobre os antigos, mas também sobre nós mesmos e nosso eterno desejo de compreender o inexplicável.