Os caldeus foram um povo antigo, cuja história é intrinsecamente ligada ao desenvolvimento da Mesopotâmia, mais especificamente à Babilônia.
Sua origem remonta ao sul da Mesopotâmia, em uma região conhecida como Caldéia, localizada no que hoje é o sul do Iraque, às margens do Golfo Pérsico. Eles desempenharam um papel crucial na história da Babilônia e na ascensão do Império Babilônico, especialmente durante o final do segundo milênio a.C. e início do primeiro milênio a.C.
A Caldéia, situada no extremo sul da Mesopotâmia, era uma terra fértil cortada pelos rios Tigre e Eufrates. Os caldeus provavelmente eram um grupo seminômade que migrou para a região durante o segundo milênio a.C., e se estabeleceram nas proximidades de Suméria e Acádia, civilizações que já floresciam naquela época.
Sua importância cresceu durante o primeiro milênio a.C., quando conquistaram partes da Babilônia e se tornaram a elite governante no final desse período. É nesta época que o império Neo-Babilônico se forma, com Nabucodonosor II sendo o mais famoso dos reis caldeus. Ele é conhecido por conquistar Jerusalém e destruir o Primeiro Templo judeu em 586 a.C.
A religião caldeia era fortemente influenciada pelas tradições mesopotâmicas. Eles adoravam uma série de divindades associadas às forças da natureza e ao cosmos, entre as quais estavam Marduk, o principal deus babilônico, além de Ea, Anu e outros deuses associados aos planetas e estrelas. A prática da astrologia e da adivinhação era central para os caldeus, e sua habilidade em ler os céus influenciou culturas ao redor do Oriente Médio. Em termos de religião, o culto a Marduk em Babilônia era dominante, e os caldeus deram continuidade a muitos dos rituais e práticas religiosas sumérias e acadianas.
Os caldeus não foram apenas guerreiros e conquistadores, mas também grandes construtores e estudiosos. Eles herdaram e adaptaram a rica herança cultural dos sumérios e acadianos, especialmente em campos como a matemática, a astronomia e a arquitetura. Nabucodonosor II, por exemplo, foi responsável por algumas das construções mais impressionantes da Babilônia, incluindo os Jardins Suspensos, considerados uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
O estudo dos astros era uma característica marcante da cultura caldeia. Sua habilidade em prever eventos celestes e o desenvolvimento da astrologia foram altamente valorizados, tanto por seu próprio povo quanto por outros povos antigos. Eles também desenvolveram um sofisticado calendário baseado em observações astronômicas.
Historicamente, os caldeus enfrentaram e entraram em conflito com diversas potências, como os assírios. No entanto, sua maior rivalidade foi com o Império Assírio, que por muito tempo dominou a Mesopotâmia. No final do século VII a.C., o rei caldeu Nabopolassar, em aliança com os medos, conseguiu derrubar a Assíria, pondo fim ao domínio assírio e estabelecendo o império Neo-Babilônico, com Babilônia como sua capital.
Além de suas guerras com a Assíria, os caldeus também tiveram relações complicadas com os persas. O império Neo-Babilônico durou apenas até 539 a.C., quando foi conquistado por Ciro, o Grande, rei da Pérsia. A queda de Babilônia marcou o fim do domínio caldeu na região e o início da ascensão do Império Persa.
Os caldeus foram uma força poderosa na história antiga do Oriente Médio, especialmente devido à sua ascensão ao poder na Babilônia e sua contribuição para o desenvolvimento da astrologia e da ciência. Suas guerras e conflitos, especialmente com a Assíria e a Pérsia, moldaram a história da região. Com uma cultura rica e uma influência duradoura nas áreas de religião e ciência, o legado dos caldeus ainda ressoa na história antiga e nos textos sagrados.