A Reforma Protestante foi um marco decisivo na história do cristianismo, resultando na divisão entre a Igreja Católica Romana
A Reforma Protestante foi um marco decisivo na história do cristianismo, resultando na divisão entre a Igreja Católica Romana e os movimentos reformados. Liderada por figuras como Martinho Lutero, João Calvino e Ulrico Zuínglio, a Reforma não apenas reformulou a teologia cristã, mas também deu origem a várias denominações que moldaram as tradições religiosas do Ocidente. Este artigo explora o início das igrejas protestantes, destacando seus fundadores, datas importantes e as igrejas criadas como resultado deste movimento transformador.
Martinho Lutero (1483–1546) foi um monge agostiniano alemão que desafiou a Igreja Católica Romana ao publicar suas 95 Teses em 31 de outubro de 1517. Este documento criticava a venda de indulgências e promovia a ideia de que a salvação era alcançada somente pela fé (sola fide), e não por obras ou intercessões da Igreja.
O movimento iniciado por Lutero deu origem à Igreja Luterana, que se estabeleceu oficialmente como uma denominação distinta após a Dieta de Augsburg (1530), onde foi apresentada a Confissão de Augsburgo, escrita por Philip Melanchthon, colaborador de Lutero. A Igreja Luterana tornou-se a religião oficial de várias regiões da Alemanha e Escandinávia.
João Calvino (1509–1564) foi um teólogo francês que sistematizou os princípios da Reforma em sua obra "As Institutas da Religião Cristã" (1536). Ele estabeleceu uma teologia baseada na soberania de Deus, na predestinação e na autoridade das Escrituras.
Calvino se tornou líder da Reforma em Genebra, Suíça, onde criou uma comunidade teocrática que serviu de modelo para igrejas reformadas em toda a Europa. O Calvinismo influenciou profundamente países como a Holanda, a Escócia e os Estados Unidos.
Ulrico Zuínglio (1484–1531) foi um reformador suíço que, independentemente de Lutero, iniciou um movimento reformista em Zurique. Ele enfatizou a leitura direta das Escrituras e rejeitou práticas católicas como a veneração de santos e o celibato clerical.
Zuínglio foi pioneiro na criação de uma igreja reformada em Zurique, que influenciou outras comunidades na Suíça e se conectou ao movimento calvinista. Após sua morte, o Calvinismo tornou-se predominante nas igrejas reformadas suíças.
Diferente dos demais reformadores, Henrique VIII (1491–1547) não iniciou um movimento por razões teológicas, mas políticas. Em 1534, ele rompeu com o Papa Clemente VII após a negativa em anular seu casamento com Catarina de Aragão. Esse ato deu origem à Igreja Anglicana.
Com o Ato de Supremacia (1534), Henrique VIII declarou-se chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Embora inicialmente conservasse muitas práticas católicas, a Igreja Anglicana gradualmente adotou aspectos reformistas, especialmente durante o reinado de Eduardo VI (1547–1553).
Os Anabatistas surgiram na Suíça em 1525, liderados por figuras como Conrad Grebel e Felix Manz. Eles rejeitaram o batismo infantil, defendendo o batismo apenas de adultos como sinal de fé consciente.
Os Anabatistas enfrentaram perseguições tanto de católicos quanto de outros protestantes, mas conseguiram estabelecer comunidades autônomas, como os Mennonitas (fundados por Menno Simons) e os Amish.
A Reforma Protestante teve um impacto duradouro na organização da cristandade. As igrejas criadas nesse período continuam a influenciar a espiritualidade, a cultura e a política global. Cada uma dessas denominações trouxe contribuições únicas para a fé cristã, desde a ênfase na autoridade bíblica até a promoção da liberdade religiosa.
Ao explorar os fundadores, datas e igrejas criadas, podemos observar como cada movimento moldou o cristianismo moderno. Seja no Luteranismo, Calvinismo ou outras tradições, o legado da Reforma continua vivo, inspirando milhões de fiéis ao redor do mundo.